“Há muito tempo eu não perdia uma noite por causa de alguém.
Talvez tenha sido a pior noite depois que eu te conheci. Em quase todas as
noites eu sempre ia dormir com você na cabeça, mas dessa vez é diferente, o meu
pensamento é diferente. Não é como se eu imaginasse nós dois, hoje é como se eu
visse alguma coisa separando-nos. Talvez o que mais dói dentro de mim é essa
minha mania de fantasiar que poderia dar certo. Isso que nós temos não era nem
um quase-amor mas pra mim era como se fosse um começo que não teria forças
suficiente pra seguir em frente. Eu quis colocar um ponto final, mas o jeito
como você me trata quando estamos juntos me faz ver que você tem capacidade de
mudar, só não tenta. Prometi a mim mesma não chorar mais por você, mas quebrei
meu juramento. Nunca foi raiva, era apenas tristeza. Eu só sentia vontade de
pôr um fim nisso tudo, mas aí eu lembrava que nem o começo existia. Tem vezes
que parece que tem algo dentro do nosso corpo arrancando a pele como se fizesse
questão de machucar. Entre dois corações há sempre um que sairá machucado,
nesse caso o único machucado seria o meu, pois o seu já está congelado por o de
outra pessoa. Temos mil desculpas para inventar para que isso nunca dê certo,
mas nada impede que isso mude. Todas as vezes que seu coração estava magoado eu
sempre estava lá para acalmar, mas você nunca conseguiu enxergar isso. E essa é
a pior parte nisso tudo, ter que tentar com todas as forças esquecer você,
esquecer que você um dia existiu, que um dia fez parte da minha vida.”
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